segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

LÍDIA
(Flávio Leite)

Quem pensa que ela é completamente inocente
Não imagina que ela se masturba em frente à tevê.
Perdida entre as estrelas e as boêmias da vida,
Lídia nunca foi santa e nem nunca conseguiu ser.

Ela se entrega ao primeiro quando se sente sozinha,
E olha que ela está sempre assim: na solidão!
Usa roupas extravagantes, fuma qualquer cigarro,
Toma cerveja, e o que mais vier, em copo de requeijão!

Lídia não é jovem, mas também não é velha.
É apenas mais uma mulher de muitas esquinas,
De hábitos velhos, livros empoeirados, vinis antigos...
Lídia não passa de um cravo tentando ser margarida!

Ela gosta de conversa fiada quando encontra os amigos,
Adora luzes, bares lotados, festa regada à bebida!
Mamãe reclama: - Se cuide mais, filha!
Mas se Lídia se comportasse, ela não seria Lídia!

Ela não é boa moça e nem má,
Ela somente procura em, si mesma, uma saída.
Quem a conhece até acredita,
Mas há mesmo saída para o coração tão profundo de Lídia?

Nenhum comentário:

Postar um comentário