sexta-feira, 13 de março de 2009

SOMOS TÃO LIVRES QUANTO...

SOMOS TÃO LIVRES QUANTO...
(Flávio Leite)

Passo tanto tempo em frente ao computador,
Pois fora da realidade me sinto com os pés no chão,
Procurando o que não tenho e que tanto desejo:
Um tanto de carinho e um pouco de atenção.

Somos tão livres quanto o peixe que se afoga,
Quanto o pássaro cantando sozinho na gaiola,
Quanto a água engarrafada na geladeira,
Quanto os guris jogando futebol sem bola.

Tenho vontade de sair e nunca mais voltar
Para o mundo feito de frases em pára-choque de caminhão.
Deus, por favor, se o senhor puder me escutar
Alivie essa dor bandida que se alastra em meu coração.

O que faço com tantas perguntas sem respostas,
Jogo-as no lixo ou as deixo vagar sem rumo, sem direção?
Pensar em tanta coisa ao mesmo tempo me dá dor de cabeça,
Faz com que mergulhe ainda mais em minha aflição.

Somos tão livres quanto o verme que nos devora,
Quanto àquele que diante do desespero implora,
Quanto o carro sem freio na ribanceira,
Quanto os mendigos da praça pedindo esmolas.

HOJE EU VOU FINGIR QUE SOU FELIZ!

HOJE EU VOU FINGIR QUE SOU FELIZ!
(Flávio Leite)

Mesmo que agora eu queira dormir,
O meu corpo quer voar, sair por aí
Pra qualquer lugar, sem pressa de chegar
E também sem data definida pra partir.

Venho tentando me livrar dos falsos amigos,
Mas tem sido impossível não viver de fingimento:
Eles fingem que me enganam, eu finjo que acredito
E, assim, a gente vai vivendo.

Nem que seja de mentira, nem que seja por um triz,
Hoje eu vou brincar de ser feliz!
Nem que os meus planos pra essa noite não dêem certo,
Hoje eu vou fingir que sou feliz!

Acendo um cigarro, lavo o rosto e tento sorrir,
Se há lágrimas em meus olhos eu as guardo
Para quando não houver ninguém aqui
Que finja comigo estar preocupado.

Nem que eu tenha que usar máscara e me vestir de atriz,
Hoje eu vou brincar de ser feliz!
Nem que os meus planos todos não dêem certo,
Hoje eu vou fingir que sou feliz!

NÃO É DIFÍCIL FAZER DE DAY UMA POESIA!

NÃO É DIFÍCIL FAZER DE DAY UMA POESIA!
(Flávio Leite)

Day dirige de pé descalço para não criar calo,
É noite de dança, toca Cazuza no rádio,
Ela gosta de tomar vodka comendo chocolate,
Quando perde o juízo ela se torna um sucesso.

Day tem insônia, toma caipirosca com açúcar mascavo,
Quando se sente só procura amigos no computador.
Quando o sono vem dorme com o celular ao seu lado
E sonha com Vinícius e seus versos de amor.

Day estudou Libras, Day é mulher feita de sinais,
Nas horas vagas relaxa praticando natação,
Lê Zibia Gasparetto quando está estressada;
Day é mulher bem resolvida, dona do seu coração!

Em sua mitologia, Day é deusa da dança do ventre,
Sonha alto, não vive sem perfume, adora vinho...
Admirar sua beleza é o mesmo que fazer acrobacia aérea
Em algum lugar eqüidistante entre Brasília e Búzios.

Day admira a lua e como as estrelas chama a atenção,
Sempre gostou de trocar a noite pelo dia,
Quando dirige traz sempre nos lábios alguma canção;
Não é difícil fazer de Day uma poesia!

PEÇAS DE SEDA AO PÉ DA CAMA

PEÇAS DE SEDA AO PÉ DA CAMA
(Flávio Leite)

Em seu cio quero achar o meu encanto,
E em seus seios chegar a outro mundo,
Na galáxia azul de um céu profundo,
E na imensidão de um amor que não tem preço.

Quero colo e encontrar no seu desejo
O suor do amor que, enfim, me assanha
E ao ouvir dos seus lábios que ama
Sentir toda a volúpia em que enlouqueço.

Em seus beijos provar de sua libido,
Em seu gosto viver a madrugada
Sob a luz de estrelas cintilantes
Pra te encher de prazer, mulher amada.

Ao chegar ao universo do seu ventre
Quero arder no pudor que se acanha.
Quando, enfim, se despir pro meu delírio
Deixe as peças de seda ao pé da cama!

O SOL POR ENTRE AS NUVENS

O SOL POR ENTRE AS NUVENS
(Flávio Leite)
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Eu sou cheio de erros e enganos e tão humano quanto você.
Sou um homem simples, tentando ser um homem melhor,
Um professor ainda aprendiz, um pássaro a caminho do sol,
Alguém à procura de beijos para se aquecer.
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Às vezes não tenho as melhores palavras, os melhores gestos,
Quando isso ocorre é porque perdi o controle de parte de mim.
Meu coração é assim meio teimoso, meio desobediente,
Por isso a constante troca entre o estado de felicidade e o estado mais infeliz.
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Geralmente tenho flores na boca e palavras nas mãos,
Mas há horas em que entrego minha voz ao silêncio e minh’alma à escuridão.
Sempre que eu estiver assim me abrace, pois preciso de afeto
Já que nem sempre consigo me levantar sozinho da solidão.
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Quando você vir as lágrimas em meus olhos estenda-me as mãos,
Cubra meu corpo com os seus sorrisos, cubra-me de cuidados,
Pois sou apenas um homem que nunca deixou de ser menino,
O mesmo menino que não se cansa de estar ao seu lado.

quinta-feira, 12 de março de 2009

SOU UM POETA QUE VOA COMO OS MAIORES PÁSSAROS

SOU UM POETA QUE VOA COMO OS MAIORES PÁSSAROS
(Flávio Leite)

Minha mente tem se tornado um lugar pequeno
Para a quantidade de coisas que meu coração tem pra escrever.
Sou um poeta que voa como os maiores pássaros
Percorrendo os oceanos que os homens comuns não podem ver.

Minhas palavras viajam como ondas de antenas de tevê,
Mas elas só alcançam quem não precisa de olhos pra enxergar,
Pois escrevo poesias que não são feitas apenas de letras;
Antes de me ler a pessoa precisa compreender o que é amar.

Nas entrelinhas dos meus versos há segredos e códigos
Que as almas ignorantes, os fracos de espírito não podem decifrar.
Eu sou como a tempestade que não se pode domesticar,
Sou, em cada rima, a batalha da consciência contra o ócio.

Sou um poeta que voa como os maiores pássaros que,
De asas abertas, vão procurando alguma estrela pra morar.
Pra fazer arte de nada preciso além de mim mesmo e da caneta,
Já que sou do tipo de poeta que se doa para se encontrar.

SEM MINHAS POESIAS ESTAREI MORTO

SEM MINHAS POESIAS ESTAREI MORTO

(Flávio Leite)

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Se eu perder meus sonhos, minha alegria

Como poderei escrever?

Se eu não for capaz de transformar a noite em dia

Que tipo de poeta eu poderei ser?

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Sou como um pássaro que não pode ser engaiolado,

Um animal selvagem que não se pode domesticar,

Um livro sagrado que só serve para quem tem fé,

Estrela que, sem amor, se torna incapaz de brilhar.

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O Flávio não pode, não consegue ser outra pessoa,

E ele conhece bem suas qualidades e limitações.

Esse menino escolheu ser poeta pra se esquecer que já é adulto

E que a vida nos tempos de hoje anda tão sem esperança.

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Quando as palavras, em mim, secarem,

Quando em meu coração já não houver palavras

Todos saberão que estarei morto, bem longe daqui,

Em algum lugar onde não exista a maldade humana.

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Se eu perder a dor que carrego em minhas lágrimas

Como poderei escrever?

E se eu não for capaz de transformar essa dor em alegria

Que tipo de poeta eu poderei ser?