sábado, 7 de março de 2009

ANJO PERDIDO

ANJO PERDIDO
(Flávio Leite)

Da minha boca saem tantas coisas
Palavras frias que não têm sentido,
Antigamente tu me iluminavas
Agora me sinto um anjo perdido.

Não sei se agora o que eu sinto é raiva,
Talvez seja somente um amor bandido
Não sei se tudo é tristeza ou mágoa
Ou se apenas mais um amor interrompido.

Vontade eu tenho de fugir de casa
De encontrar qualquer ombro amigo,
Talvez ficar assim sem fazer nada
Nessa tristonha noite de domingo.

Quem não amou também viveu nada,
Mas não queria a solidão comigo,
Me sinto um anjo com asas quebradas
Não sou feliz mais como fui contigo.

O meu sorriso anda tão sem graça,
Essa tristeza é como um castigo,
Eu sei que essa dor um dia passa,
Mas até lá vai restar o vazio.


Da minha boca saem tantas coisas
Palavras certas, outras sem motivo,
Antigamente tu me iluminavas
Agora sou mais um anjo caído.

ANA E SEUS LIVROS DEBAIXO DOS BRAÇOS

ANA E SEUS LIVROS DEBAIXO DOS BRAÇOS
(Flávio Leite)

Os seus olhos urbanos seguem a boca entreaberta
Em alguma direção em que ordena o seu coração.
O céu nublado, o computador empoeirado,
Nem os prédios e o trânsito te chamam mais a atenção.

Fuma pra passar o tempo, escreve algumas frases sem direção,
Procura por algum amor perdido na geladeira,
Mas acaba se vendo sozinha acendendo o fogão
E assando paixões que nunca passaram de brincadeira.

Sonha com um príncipe que não seja encantado,
Deseja apenas um homem que possa estar ao seu lado
E te fazer mulher, te fazer sorrir, te fazer gozar, ser alguém especial...
Ana se cansa de suas terapias, cansou desse amor abstrato.

Bebe pra se distrair, sorri para não chorar, dorme...
Ana e seus livros debaixo dos braços
Só chora quando de si mesma se esconde;
Vive pra não morrer de tédio, solidão e cansaço.

ANA

ANA
(Flávio Leite)

Ana é simpática, sonhadora e burra. Burra?
Ora, claro, pois os burros não voam!
Burros não sabem negar nada a ninguém:
São mamíferos fadados ao “tudo outra vez”;
São bichos tolos feitos de carne,
À procura do coração de outrem.

O sol que nasce é o mesmo que não se repete,
Mas Ana vê tudo amarelo:
Raios que não aquecem o seu peito.
O vento a beija, todavia Ana não o sente também,
Pois ela anda muito preocupada com o amor ausente,
Com aquele que, em vão, ela chamaria de “Meu Bem”!

Ela insiste na mesmice: faz café, bebe cerveja...
Erro de quem pouco se esforça na peleja.
A vida segue passando, passando,
Mas Ana se tranca em seu quarto,
Ela e todos os seus velhos travesseiros;
Muitos enfeitados e muitos sem qualquer enfeite.

Na estante os mesmos livros, os mesmos retratos...
Ana não se sente bem com tanto descaso.
Vive escondida, por lhe parecer seguro.
E chora baixinho, acuada, sem forças...
Dorme embrulhada, com medo do escuro.
Tudo para manter de pé o seu próprio mundo.

Engraçado, quem sou eu? Quem é Ana?
Talvez um segredo comum ou lágrima embaixo da cama.
Na tevê não passa nada e Ana se estressa, fica magoada.
Eu observo com pena a pequena menina de setembro,
Mas nada posso fazer, já que só o amor poderia curá-la.
Ana sou eu ou ela mesma?

AMOR SEM DIVISÃO

AMOR SEM DIVISÃO
(Flávio Leite)

Não fique triste comigo não,
De olhos fechados
Segure em minhas mãos
E vamos sorrir, dançar, voar...

Não se irrite comigo não
Se o amor existe
Deixa de ser competição;
Vamos sair pra ver o mar!

Não tenha ciúme do meu coração,
Pois nele tu vives
Em um amor sem divisão;
Te tenho carinhos mil pra dar!

Não se chateei comigo não
Se eu chego tarde ou se sou meio sem noção
O importante é ser feliz
E pra sempre se amar!
AMOR NOCIVO
(Flávio Leite)

Tive medo de olhar pra trás
E me reencontrar em seu amor bandido.
Procurei por essa por essa paz
Pelo fato de querer estar vivo.

Um adeus, um tanto faz
Pude ler em seu breve sorriso.
Em seu coração de alcatraz
Quem foi homem quase virou bicho.

Eu gostei de você demais,
Mas você não se importou com isso.
Você disse: - Não dá mais!
Transformou amor em desperdício.

Tive medo de olhar pra trás
E me reencontrar em seu amor nocivo.
Procurei por essa por essa paz
Na intenção de permanecer vivo.
AMOR NÃO DÁ PRA DISFARÇAR!
(Flávio Leite)

Até que temos contratempos
E algumas brigas...
Pra quê perder as esperanças
Se temos hora e lugar?

Ainda temos contratempos,
Mas temos sempre um lugar,
Talvez dezenas de feridas,
Mas um cantinho pra se amar!

Amar e sentir paz!
Fazer do sempre um nunca mais!

Se pensarmos um no outro,
Feridas tristes vão cessar,
Porque somos crianças
Ainda aprendendo o que é amar!

Amar é sempre perdoar,
Amor não serve pra cobrar!

Um quarto, uma farra, um qualquer lugar...
Uma sinuca ou a mesa, um bar pra relaxar...
A vida é curta e pede pressa
Pra alguém que vai chegar...

Quem ama sempre quer chegar;
Amor não dá pra disfarçar!

Amor é hora e lugar...
Quem não quer esperar!
AMOR EM TELA
(Flávio Leite)

Façamos dessa noite um sonho
E, então, que seja um segredo
As telas que pintamos juntos,
Os risos que demos sem medo.

Que seja, enfim, o amor a arte,
A flor nascida do meu peito,
O seu retrato em toda parte,
Dois corações e um só anseio.

Nossa distância um só detalhe,
Rascunhos desses devaneios,
Pintamos o que é de praxe
E restou-nos o que é verdadeiro.

Agora ao sair de casa
Te levo como passageiro
Em meu afeto tinta à água
Pra colorir o mundo inteiro.

Monet pra resgatar sua alma,
Tarsila pra roubar seu cheiro,
Florbela pra voltar no espaço,
Clarice é o choro no banheiro.
AMOR EM POESIA

Não preciso de olhos para te enxergar,
Nem preciso de pele para te sentir,
Não preciso de pernas para te encontrar,
Nem tampouco de máscaras para, então, fingir.

Não preciso de verdades se quiser mentir,
Não preciso de língua pra te degustar,
Não preciso de sonhos se quiser fugir,
Nem de dois corações para te amar.

Não preciso de dedos para te tocar,
Nem tampouco de escadas se quiser subir.
Não preciso de lágrimas se quiser chorar,
Muito menos de risos se quiser sorrir.

Não preciso ter medo para, enfim, temer,
Nem tão pouco de bílis para amargar.
Não preciso de amarras para escravo ser,
Nem preciso de notas se quiser cantar.

Não preciso ser lua pra te iluminar,
Nem preciso ser fogo para te aquecer.
Não preciso de espelhos para refletir
A beleza que noto vinda de você.

Não é preciso perdão para te perdoar,
Mas é preciso coragem para reconhecer
Que não preciso ser mágoa pra te magoar,
Nem preciso ser dor pra te fazer sofrer.

Não preciso do tempo pra envelhecer,
Não preciso de hormônios pra poder crescer,
Não preciso de braços para te abraçar,
Nem tampouco de lábios pra beijar você.

Não preciso do sol para clorofilar,
Não preciso ser triste pra me entristecer,
Não preciso bater pra ter que apanhar,
Nem preciso ter sede pra depois beber.

Não preciso de asas pra poder voar,
Não preciso ter fome pra poder comer,
Não preciso de vinho pra me embriagar,
Nem preciso vencer para no fim perder.

Não preciso brotar pra ter que florescer,
Nem tampouco de sexo só pra distrair.
Não preciso lembrar pra não ter que esquecer
Que eternizei seu jeito doce em mim.


Não preciso ser náufrago para naufragar,
Nem preciso de espinhos para flor eu ser.
Não preciso de estrelas para navegar,
Nem de cama pronta pra te enlouquecer.

Não preciso do mar para me afogar,
Nem de uma tragédia para o chão perder,
Basta a sua falta pra me desesperar;
Sou peixe fora d’água longe de você.
AMOR DE VERDADE
(Flávio Leite)

Amor de verdade não se esgota, não se acaba
Percorre o mundo, até dá voltas,
Mas permanece nos gestos, nas palavras;
Vive no coração de quem se importa.

Amor de verdade dura pra sempre
Mesmo que o pra sempre dure pouco pra uma vida curta.
Amor de verdade se eterniza
Como todas as estrelas que brilham na noite escura.

Amor de verdade não finda na morte,
Não seca com a falta de chuva,
Não enfraquece diante da inveja alheia,
Não se perde em qualquer rua.

Amor de verdade se faz em poesia,
Amor de verdade se cria a toda e qualquer hora,
Amor de verdade não tem ponto e nem vírgula;
Amor de verdade não mata e não sufoca.

Amor de verdade se enxerga de olhos fechados,
Se sente com um simples toque,
Floresce e dá frutos com o passar do tempo,
Amor de verdade sempre se renova.
AMOR DE CARNAVAL
(Flávio Leite)

Sábado após o carnaval
Desaparecem os sinais de embriaguês,
O coração voltando ao normal
Bate quieto com tamanha lucidez.

Quem somos quando chega o final
Do ato que acontece em somente um mês?
Talvez apenas sonho teatral
Amantes sem o amor, de fato, merecer.

Há pássaros perdidos no quintal
Apaga-se a luz e deixa escurecer,
Há fantasias velhas sobre o sal
Que as ondas de algum mar resolveram trazer.

Nenhum dos beijos foi acidental,
Foram apenas beijos sem se conhecer,
Por alguns momentos foram casal,
Agora sabem que não vão mais se rever.

A ala já não é sentimental,
Não há nenhum desfile para ocorrer,
O choro se tornou instrumental,
O amor de carnaval deixou de, então, viver.
AMOR DE CARNAVAL
(Flávio Leite)

Sábado após o carnaval
Desaparecem os sinais de embriaguês,
O coração voltando ao normal
Bate quieto com tamanha lucidez.

Quem somos quando chega o final
Do ato que acontece em somente um mês?
Talvez apenas sonho teatral
Amantes sem o amor, de fato, merecer.

Há pássaros perdidos no quintal
Apaga-se a luz e deixa escurecer,
Há fantasias velhas sobre o sal
Que as ondas de algum mar resolveram trazer.

Nenhum dos beijos foi acidental,
Foram apenas beijos sem se conhecer,
Por alguns momentos foram casal,
Agora sabem que não vão mais se rever.

A ala já não é sentimental,
Não há nenhum desfile para ocorrer,
O choro se tornou instrumental,
O amor de carnaval deixou de, então, viver.
AMEI PRA VIVER MAIS FELIZ
(Flávio Leite)

Com muito esforço vivi
Pra logo cedo perder,
O que não posso explicar
E o que jamais encontrei.

Por muito tempo vivi
À procura da flor,
Contando estrelas no céu
E a espera do amor!

Eu poderia chegar
Às nuvens brancas do céu,
Mas nunca soube alcançar
O que escrevi num papel.

Queria o amor pra durar,
Pra quando eu fosse compor
O som que pudesse encantar
Os beijos do meu beija-flor

Foi quando a porta se abriu
Deixando a lua entrar
No quarto em que sempre chorou
Quem tanto esperava chegar

A rosa, enfim, se abriu
Com as ondas perdidas do mar,
Espumas de bálsamo e mel,
Perfume de sol pra brilhar!

Então alegre eu fiquei,
Os versos mais lindos eu fiz
E com esmeraldas no olhar
Amei pra viver mais feliz.
AME-ME LOUCAMENTE
(Flávio Leite)

Ame-me e só me machuque com carinho
E então faça de mim a pérola em seu ventre,
O prazer de seus suspiros, a estrela no céu de sua boca,
A eternidade em cada um dos seus instantes.

Ame-me nesta e em qualquer outra hora,
Pois em cada um dos seus segundos estarei vivendo.
Faça dos seus delírios, dos seus gozos a nossa cama;
Ame-me com a mesma força que se movem os ventos.

Tenha-me e faça do meu corpo o seu espírito,
Assim como farei dos meus sussurros os seus gemidos.
Ame-me e só me machuque com carinho
Porque amando em seus braços me sinto em meu ninho.

Deixe-me entrar macio em seu corpo nessa hora de vício
E sinta o prazer da carne se misturar ao da alma.
Faça de mim parte de seus membros, de seus órgãos,
Ame-me loucamente, pois, nesse momento, não precisamos de calma.
AME-ME LOUCAMENTE
(Flávio Leite)

Ame-me e só me machuque com carinho
E então faça de mim a pérola em seu ventre,
O prazer de seus suspiros, a estrela no céu de sua boca,
A eternidade em cada um dos seus instantes.

Ame-me nesta e em qualquer outra hora,
Pois em cada um dos seus segundos estarei vivendo.
Faça dos seus delírios, dos seus gozos a nossa cama;
Ame-me com a mesma força que se movem os ventos.

Tenha-me e faça do meu corpo o seu espírito,
Assim como farei dos meus sussurros os seus gemidos.
Ame-me e só me machuque com carinho
Porque amando em seus braços me sinto em meu ninho.

Deixe-me entrar macio em seu corpo nessa hora de vício
E sinta o prazer da carne se misturar ao da alma.
Faça de mim parte de seus membros, de seus órgãos,
Ame-me loucamente, pois, nesse momento, não precisamos de calma.
AMAR-TE-EI A TODA HORA
(Flávio Leite)

Desejo esse amor pra sempre,
Que dure não apenas horas
E que faça-me sentir mais vivo
Capaz de enfrentar o mundo lá fora.

Que me aceite com todos meus erros,
Que me ajude com os meus enganos,
Que me sirva de gozo e abrigo,
E que me tenha em todos os seus planos.

Meu coração é um livro de palpites,
Talvez país que se perdeu na história,
Um órgão meu que vive sem limites
Que do futuro fez o meu agora!

Se tu me queres esse é o meu convite,
Pegue minha mão e vem comigo; corra!
Faça de mim o lugar onde vive
Pode pensar, mas vê se não demora!

Do seu amor eu farei o meu vício,
Em nosso amor seremos fauna e flora,
Eu te amarei na empolgação do início
Como amar-te-ei a toda hora!
AMANHÃ, QUEM SABE, VOCÊ PERTO DE MIM!
(Flávio Leite)

Tenho amor demais pra viver triste assim,
Quase não sonho mais, já me cansei de rir.
Tudo tem seu tempo e sua hora, enfim,
Amanhã, quem sabe, você perto de mim!

Buscamos pela paz, flores de alecrim,
Já não se sabe mais se é só início ou fim.
Amanhã, quem sabe, você perto de mim
Hoje restou apenas a solidão aqui!

Pro mundo tanto faz, se vou chorar ou rir,
Pra mim não serve mais correr e depois cair.
Amanhã, quem sabe, você perto de mim;
A lua lá no céu me chama pra sair!

Queria muito mais que as rosas no jardim,
Um girassol amais, um ramo de jasmim.
Amanhã, quem sabe, você perto de mim;
Pra sempre, quem sabe, um dia sem fim!
ACHO QUE VAI CHOVER
(Flávio Leite)

Acho que vai chover,
Mesmo sem nenhuma nuvem no céu;
Choverá amor, eu sei,
Basta eu me aproximar e beijar você.

Choverá, eu sei,
Exatamente enquanto voamos
Sobre a imensidão azul do infinito
Trocando afeto com nossos lábios.

E que seja a chuva mais linda,
Capaz de trazer vida ao solo mais seco,
Brisa as montanhas mais inférteis,
E paz ao meu coração tão cheio de dengo.

Que cada gota de chuva seja um abraço seu,
Milhares de beijos meus,
Gozos atrás de gozos,
Flores de um amor que floresceu.

Acho que vai chover,
Mesmo sem nuvens no céu;
Choverá meu amor, eu sei,
Chuva que me fará brotar em você.
ACHAR PERFEIÇÃO NA IMPERFEIÇÃO!
(Flávio Leite)

Medo é algo que faz parte da vida, é o jeito que encontramos de nos defender do que nos assusta. Sou apenas o vento que leva o grão de areia; não sou a onda que derruba e nem a tempestade que devasta. Sou apenas a poesia que visita a sua cama e vela o seu sono.
Não arrombo, peço licença. Senão alegria que não seja tristeza. Sou o poeta e você a poesia. O resto é rima, talvez, prosa.
Sem peso, sem obrigação! Perder o sono por você foi um presente. Perderia um milhão de noites. O sono a gente recompõe a vida não!
Posso até estar errado, mas é por isso que vivo intensamente, sinto intensamente. Os erros fazem parte; as decepções fazem parte; as tristezas fazem parte; e os riscos também.
Posso disfarçar minha tristeza com sorrisos, mas não os meus sorrisos com tristezas. Por isso decidi me assumir.
As correntes me levam a você. Se iremos navegar no mesmo mar... Vai depender do vento que você soprar!
Esse amor é o que posso te dar. Acertando ou errando.
Se vai valer à pena? Pra mim já valeu. Errando ou acertando.
Que o amor seja feito de luas e de dois sóis em um só universo!
Quero fazer amor e alcançar o céu. Amar e encontrar a Deus. Achar perfeição na imperfeição!
ABSTRATO
(Flávio Leite)

As luzes da cidade
Não têm mais colorido
São versos de ressaca
Um tanto umedecidos.

Nas ruas onde vago,
Meu cérebro esquecido,
Pensou que fosse morte
Viver sem ter vivido.

Meu corpo sente a falta,
Da água que bebia.
Minh’alma paga o preço
Do sangue que escorria.

À tarde o sol se põe
Em busca de outro dia,
Enquanto homens fracos
Se afogam em poesia.

Pensei que fosse certo
Viver com alegria,
Mas hoje o meu sorriso
Dilui-se em saliva.

Na lua outro gesto
De mera covardia
Reflete uma tristeza
Que agora é só minha.

Sou ser do abstrato
Alguém sem companhia;
Sou flor, sou céu, sou nuvem
Alguém sem valentia.

Mas antes que se acabe
O que não teve início
Escrevo pelos ares
Em vão o meu sacrifício.
ABRA A PORTA E ME DEIXE ENTRAR
(Flávio Leite)

Tenho muitas flores pra te ofertar,
Escolha entre orquídeas ou talvez jasmins.
Poesias tenho muitas pra te dar,
Basta você querer e se aproximar de mim.

Por pouco me perdi em seu olhar,
Nas fotos onde pude ver você sorrir.
Não sei, sequer, se já posso sonhar,
Mas não importa se eu já te sinto bem aqui.

Um mundo inteiro eu posso te dar
Em versos e palavras que eu criei pra ti.
Abra a porta e então me deixe entrar,
Pra que seu coração eu possa invadir!

O beijo que ainda não pude te dar
É o mesmo que darei antes de ir dormir.
Farei do seu deserto nosso mar,
Basta também que você me deseje assim.
ABRA A PORTA E ME DEIXE ENTRAR
(Flávio Leite)

Tenho muitas flores pra te ofertar,
Escolha entre orquídeas ou talvez jasmins.
Poesias tenho muitas pra te dar,
Basta você querer e se aproximar de mim.

Por pouco me perdi em seu olhar,
Nas fotos onde pude ver você sorrir.
Não sei, sequer, se já posso sonhar,
Mas não importa se eu já te sinto bem aqui.

Um mundo inteiro eu posso te dar
Em versos e palavras que eu criei pra ti.
Abra a porta e então me deixe entrar,
Pra que seu coração eu possa invadir!

O beijo que ainda não pude te dar
É o mesmo que darei antes de ir dormir.
Farei do seu deserto nosso mar,
Basta também que você me deseje assim.
A SOLIDÃO
(Flávio Leite)

A solidão é o juiz e o julgamento,
É a foice que decepa rápido,
A morte em forma de comprimidos,
O riso do demônio em seu quarto.

É o câncer que se espalha,
O artista morto-vivo,
A chama que se apaga,
É o pior dos vampiros.

A solidão é a dança macabra,
É o corpo caído,
É também a lágrima de sangue
Em um cálice de vinho.

A solidão é a vergonha e o descaso
É a conversa mal resolvida,
O rosto completamente desfigurado,
É a morte alegre e sadia.

A solidão é o corte da faca,
É a carne apodrecida,
É a alma a queimar no inferno,
É a besta parida.
A RAZÃO E A LOUCURA
(Flávio Leite)

Entre fotos e raios,
Gritos e furacões,
Surge sangue nos olhos,
Sonhos e corações.

Esse nosso destino
Preso pela corrente,
Um pequeno universo,
Nas garras de uma serpente.

Entre o ódio e o delírio
Dorme nossa paixão,
Entre o gozo a loucura,
Entre o céu e o chão,

Sou a doce aventura,
Sou a flor e a semente,
Sou a dor e a ternura
Disfarçados de gente.

Entre o pão e o sexo,
O divã e o colchão,
Entre os seios e as pernas,
O descanso e o tesão

E se assim de repente
Entre a noite e o escuro
Meus lábios delinqüentes
Te pregarem um susto?

Sou a doce aventura,
Sou a flor e a semente,
A razão e a loucura
Disfarçados de gente.
A PRINCESA E O PLEBEU
(Flávio Leite)

Encontrei em seu olhar
Um cometa no céu
Um porto firme pra embarcar,
Talvez, pra alguma ilha de mel.

Onde possamos nos amar
Sob o céu azul,
Deixar o mundo acabar
E de dois fazermos apenas um.

Não vejo a hora de chegar,
Pintar o meu mundo e o seu.
E num arco-íris navegar
De mãos dadas a princesa e o plebeu!

Deixa o mar o sol encontrar,
Deixe o seu corpo no meu,
O resto é história pra contar
Você é a princesa e eu, o plebeu!

Roubei sua língua devagar
Meu coração ferveu
Não é difícil imaginar
Porque o Flávio, então, se perdeu!

Se existe mesmo algum lugar
Assim tão meu e seu
Vamos juntinhos encontrar;
Minha princesa e eu, seu plebeu!
A IMENSIDÃO DE UM AMOR
(Flávio Leite)

Por amor te nego a dúvida,
Me encontrar em ti é o meu desejo,
Então, deixe o sol amanhecer nos beijos
Que há pouco roubei de sua boca!

Após a noite bebamos café forte,
Leite quente pra enfeitar a mesa,
Mimos e afagos para a sobremesa
E dois corações por uma sorte!

O dia abraça os seus cabelos
E eu me divirto de pijama
Todas as vezes que percebo
O meu coração ser sua cama!

E me entrego ao te ouvir,
Às estrelas cadentes em seus olhos,
Ao conforto meigo desse colo
Que insiste em me fazer dormir!

Amanhã quero repetir de novo
A rotina que, em ti, nunca canso,
Editar em seus lábios novos versos,
E me esbaldar no prazer que me faz manso
A FLOR QUE EU REGUEI COM TODO CUIDADO PRA TE DAR
(Flávio Leite)

Eu sonhei com você e quis falar de amor,
Mas logo cedo eu percebi
Que pra você me entender
Tem que tentar saber quem sou!

Me fiz de colibri pra beijar a sua flor,
Me esforcei, chorei, senti,
Mas logo que o sol surgiu
Eu descobri que nada disso adiantou!

Basta me ler para, então, me conhecer
Sou poesia e sou dor,
Um poeta sonhador
Que se perdeu quando encontrou você.

Por toda minha vida e se assim preciso for
Vou esperar você chegar
Em mãos terei pra ti a flor
Que eu reguei com todo cuidado pra te dar.

Por toda minha vida e se assim preciso for
Vou esperar você chegar
Em mãos terei pra ti a flor
Que eu reguei com todo cuidado pra te dar.
A EXTENSÃO DO PARAÍSO
(Flávio Leite)

Seque minha boca com seu gosto quente
E sinta meu corpo se fazer ousado,
Pois a noite que brilha agora em seus seios
Será o desejo cozido em seu corpo suado.

Que o mel do seu ventre encontre os meus lábios
E meu grito apertado chegue ao seu ouvido,
Na ponta da língua o gozo molhado,
O toque na glande pra aumentar a libido.

A peça de seda ao pé da cama,
As pernas macias em meus ombros corados,
A faca que entra na carne macia
É o sussurro faminto e já enfeitiçado.

Em cima de mim tem o corpo cravado,
A lança voraz que enfia e tira,
O esperma divino sob a luz do telhado,
A dor e o prazer em uma mesma esquina.

O beijo mordido depois do orgasmo,
A cama a extensão do que foi paraíso,
Retira-se o membro deixando o espaço
Que o amor entre os dois deixou preenchido.
A DIMENSÃO DOS SEUS DESEJOS
(Flávio Leite)

Até pensei que fosse forte,
Mas uma flor em seu sorriso
Enfraqueceu as minhas pernas,
Me transformando em um menino.

A cada momento que passa
Aos poucos vamos nos unindo,
A nossa história ainda é um começo
De um poema tão lindo.

À noite, enquanto passam as horas,
Perdido entre travesseiros,
Quase posso sentir seu corpo
E a dimensão dos seus desejos.

Até pensei que fosse fácil
Te encontrar num improviso,
Mas hoje, pra valer à pena,
Terá que ser bem mais que isso.

Terei pra sempre em meus lábios
Os beijos, os versos mais bonitos,
As frases pra invadir seu quarto,
Os toques pra ganhar seu íntimo.

À noite por questão de horas,
A vejo em meu travesseiro,
Quase posso sentir seu corpo
E a dimensão dos seus desejos.
A DANÇA DO DOUTOR QUE É PIOR DO QUE O TARADO!
(Flávio Leite)

Como uma criança de apenas nove anos
Pode parir gêmeos, seriam paridos pelo ânus?
Médico excomungado por alguém que quer se Deus;
Mande este retardado excomungar os filhos seus!

O velho de batina deveria ser estuprado,
Aí ele iria ver como é bom ser arrombado!
Dá nos nervos ver a igreja nos mesmos erros do passado,
Esse Papa deveria também ser excomungado!

Quem peca é o estuprador ou quem foi estuprado?
O arcebispo culpou o doutor, que troço mais esculhambado!
Preservativo é pecado, homossexualismo é pecado,
Só não é pecado o Vaticano de ouro ser pintado!

Depois desses escritos também vou ser excomungado,
Porque criticar a igreja também passou a ser pecado!
Quer saber? To nem aí, porque o meu Deus é sagrado,
Não é o mesmo que esse arcebispo tem, na tevê, pregado!

Cuidado Presidente, pra também não ser excomungado,
Senão você terá que pedir benção para o Diabo!
He, He! Essa é a dança do doutor que é pior do que o tarado!
Olha o salão do catolicismo sendo, aos poucos, esvaziado!
A CURA PARA MIM
(Flávio Leite)

Só porque chorei
Me chamam de poeta passional,
E eu não sei se isso me faz bem
Ou se faz mal.

Tudo o que eu sei
É que na mesma cama em que encontrei
Seu corpo nu tão livre e natural
Também me achei.

Acho que a cura para mim é ganhar o seu coração
Pra então perder o chão,
Pois nem a distância pode mais mudar essa situação
De morrer de paixão!

Se eu sou sentimental
A culpa é da estrela que me fez,
E de toda força sobrenatural
De que me alimentei.

Sou quase um animal
No vício desses lábios outra vez,
Num cio que é quase um vendaval
Que sopra até você.

Acho que a cura para mim é ganhar o seu coração
Pra então perder o chão,
Pois nem a distância pode mais mudar essa situação
De morrer de paixão!
A CAMA ARRUMADA E O SILÊNCIO ACABAM COMIGO
(Flávio Leite)

Sempre sonhei com um amor que fosse infalível como uma flecha,
A seta atravessada em meu peito partido para deixar minh’alma curada.
Desses sonhos me fiz poeta já que ser apenas homem não me valeu de nada.
Ainda não encontrei esse amor, mas ainda não perdi as esperanças.

Por vezes escolhi o pior caminho e me entreguei a quem me recebia com dor,
Acho que é exatamente esse mal que faz de meu coração tão bandido.
Tenho em mim uma máquina de palavras bonitas, mas me falta tinta agora.
O cigarro me distrai, mas a cama arrumada e o silêncio acabam comigo.

Tenho flores nos lábios, mas já não há tanta água corrente em meus rios.
Se Deus pode me ouvir por que será que Ele não assopra em meus ouvidos?
Há perguntas a me corroerem, a enferrujarem grande parte dos meus sorrisos,
Mas nem as estrelas no céu parecem ter as respostas de que tanto preciso.
A BOCA CHUPA, A LÍNGUA INVADE
(Flávio Leite)

A boca entre os lábios encontra os sinos,
A língua passa, toca, provoca calafrio,
As pernas tremem, a sede engole,
A vontade é tanta que, quando geme, explode.

Saliva e líquidos, excreções e salivas,
Língua dentro do que pari a vida
Tremulação e fogo no mesmo cio
A barba que passa provocando o instinto.

Pulsa, abre, fecha, molha...
A língua atinge a faringe do ventre,
Quando volta deixa sussurrando
A outra boca entreaberta desse corpo quente.

Mãos nos cabelos; quer afogá-lo.
Em seu suco traga, engole, fica duro.
A língua passa, toca os sinos, mexe...
Ela quase chora no escuro.

A boca chupa, a língua invade,
As pernas não agüentam e se escancaram
Tira, põe, mexe...
O grito seguido do gozo quando os sinos tocam.
A ARTE DE ESCREVER
(Flávio Leite)

Trazer-te-ei para perto de mim,
Para bem perto, o mais perto possível
Para que você cuide de mim
E desse meu coração que já vai tão apaixonado.

E quando esse dia chegar,
Vou me encantar com cada um dos seus sorrisos,
Com cada beijo seu que eu possa abraçar,
Com cada noite e cada manhã que a tiver comigo.

Neste dia, um só mundo, uma só vida será pouco
Para tudo o que teremos que, juntos, viver,
Pois de você farei minha rima, de mim farei seus versos;
Nós dois seremos a arte de escrever.