sábado, 7 de março de 2009

A CAMA ARRUMADA E O SILÊNCIO ACABAM COMIGO
(Flávio Leite)

Sempre sonhei com um amor que fosse infalível como uma flecha,
A seta atravessada em meu peito partido para deixar minh’alma curada.
Desses sonhos me fiz poeta já que ser apenas homem não me valeu de nada.
Ainda não encontrei esse amor, mas ainda não perdi as esperanças.

Por vezes escolhi o pior caminho e me entreguei a quem me recebia com dor,
Acho que é exatamente esse mal que faz de meu coração tão bandido.
Tenho em mim uma máquina de palavras bonitas, mas me falta tinta agora.
O cigarro me distrai, mas a cama arrumada e o silêncio acabam comigo.

Tenho flores nos lábios, mas já não há tanta água corrente em meus rios.
Se Deus pode me ouvir por que será que Ele não assopra em meus ouvidos?
Há perguntas a me corroerem, a enferrujarem grande parte dos meus sorrisos,
Mas nem as estrelas no céu parecem ter as respostas de que tanto preciso.

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