terça-feira, 10 de março de 2009

VINTE E UM DE SETEMBRO

VINTE E UM DE SETEMBRO
(Flávio Leite)

O sangue virginiano em mim, repleto de hormônios,
É a incerteza que tenho de que eu seja normal.
Sou tão intenso, tanto no amor quanto na dor,
Que raramente encontro um meio termo como um ponto final.

Minha fé de trinta e três anos atrás anda meio perdida,
Bebendo café demais, vivendo de exageros...
Vinte e um de setembro, a primavera se esvazia
E outra vez me encontro por aí, dormindo com meus medos.

Os botequins sempre lotados me recebem de portas abertas,
Mas querem o meu dinheiro e não minha companhia.
Eu demonstro felicidade quando estou com os bêbados,
Pois me encarrego de disfarçar meu coração em agonia.

Nada mais prático do que os meus disfarces do dia-a-dia,
Assim fica mais fácil de lhe dar com as pessoas falsas que convivo!
No final acaba tudo bem, dá tudo certo
E é bem simples: eles fingem me enganar e eu finjo que acredito.

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